sexta-feira, 25 de julho de 2008

O dia em que chegou o MF

A amiga Bla conseguiu cumprir a sua tarefa de por o MF a caminho das ilhas. Vinha irreconhecível, dizia ela. É que a entidade paternal resolveu fazer das suas e dar cara nova à minha viatura que andava, a bem dizer, toda escavacada. Obrigada!

Numa quinta-feira de manhã liga-me uma senhora a dizer que o navio tinha chegado, que o carro ainda não estava disponível mas que eu, assim que quisesse, podia fazer a gentileza de ir pagar tamanha bufunfa ao escritótio.
Depois de almoço lá fui. Não têm multibanco; supõe-se que aqui a malta tenha o hábito de trazer umas boas centenas de euros na carteirinha dos trocos...
Bem, lá tratei de tudo e ficaram de me ligar durante a tarde, mal o carro estivesse com as rodas assentes em terra firme.
Eu passei na avenida vezes sem conta e o navio parecia sempre igual e com os mesmos carros lá no alto... e estava!
Perto das 18h resolvi ir directamente ao porto, onde me mandaram voltar por volta das 21h.

Lá fui, desta vez com o Batista. Como o navio parecia inevitavelmente intacto, fomos muuuuuito devagar. Mas muuuuuuito devagar mesmo! Armados em turistas, a tirar umas fotos e tal...

Até estava a chegar um barquinho tipo Jack Sparrow para uma recriação histórica que ia haver no dia seguinte... giro, giro.


Tivemos de chegar. Segundo a informação dos senhores, iam começar na altura a tirar as viatura, portanto ia ser um fininho. Logo ali ao pé estava um mata-velhos todo escavacado, ainda com as cintas postas de ter sido descarregado de algum barco e a coisa não ter corrido muito bem...
Seguimos mais para a frente para não atrapalhar as manobras quando ouvimos um deles a vir atrás de nós:
'Pûr acaz nã tâen um Opel?'
Pronto... diga lá... Espera, pode ser que seja outro! Com tanto carro que ali vem...
Dirigi-me ao encarregado da situação:
'Olh'ê nã sé que se pâssa mas ténh'aqui orde que o carr nã pode ser intrégue!'
Insisti que até tinha comigo o papel do pagamento.
'Mas nã é isse! Ê nã sé qual é o mûtif! Olhe, nã s'importa de ligá pra êss nûmer...'

Eu juro que vi a imagem do meu carrinho todo escavacado, ou com outra viatura em cima dele, ou com a pintura nova toda vomitada por uma manada de vacas que também tivessem vindo no navio e não tivessem aguentado a semana de mar alto.

Esclarecido. Falta de comunicação entre as empresas intervenientes. A senhora da bufunfa esqueceu-se de confirmar o pagamento e alguém resolveu apenas dar ordem para não deixar sair o carro. Enfim.
Ele chegou, para bem da nossa sobrevivência e sanidade mental neste pedacinho de terra tão lindo!